Em uma exclusiva entrevista para a Billboard.Biz, Anthony Addis, o empresário da banda, conta quais são os planos pra o próximo disco do Muse.
Billboard.Biz: Como está o progresso do novo disco do Muse?
Anthony Addis: Eles estão em estúdio agora. O plano é fazer tudo em Londres… É esperado que ele (o álbum) seja lançado em outubro do ano que vem. Eles já escreveram muito material mas ainda não se sabe como irá funcionar entre eles. Eles costumam escrever na estrada, indo para algum show por exemplo, ou até voltando do show no caminho do hotel. É um processo sério, mas não tem como saber que irá funcionar até todos estarem juntos, pois todos escreveram individualmente até então.
BBB: Você já chegou a ouvir algo do novo material?
AA: Não. Não ouvi nada ainda. Não estou interessado em ouvir até que eles achem que esteja bom. Se você confia em um artista, você deve confiar na música que ele faz. Tem que confiar que eles irão fazer algo certo. Qual a vantagem de ouvir algo que está ‘pelas metades’? Nosso trabalho é planejar os próximos dois ou três anos assim que o disco esteja pronto.
BBB: A The Resistance Tour foi a maior e mais lucrativa da banda até então. Ainda há chances do grupo crescer ao vivo depois dela?
AA: Na América a resposta é sim, entretanto, eu acho que a crise ainda é um problema. Nós fizemos um show com o Rage Agains The Machine em Los Angeles com capacidade para 90 mil pessoas no Memorial Coliseum e mesmo assim só haviam 55 mil pessoas lá…. As pessoas não estão tendo dinheiro para irem em shows. Acho que isso é global. Está afetando o Reino Unido também, como você pode ver no comércio local.
BBB: Então qual será a estratégia das apresentações ao vivo daqui pra frente?
AA: Eu não sei. É preciso olhar por diferentes ângulos para tomar uma posição. Na América, você precisa ter a venda dos ingresso para uns 2 ou 3 meses de antecedência para assim ter o show, já na Europa não. Estamos tendo que ter uma ancedência de cerca de 6 meses. São estratégias diferentes. Você precisa ver com cuidado como está a situação da região e o que os fãs podem pagar.
BBB: O fator chave para o crescimento do Muse como uma banda ao vivo tem sido manter um bom preço em seus ingressos. Isso irá continuar?
AA: Sim. Nossa estratégia é nunca exigir muito dos fãs. O fã vem para ter uma experiência…. Ele ou ela trabalhou por aquele dinheiro. Ou isso ou eles roubaram um banco. Então você deve proporcionar uma experiência no preço certo. Nós tivemos um aumento mundial de 40% (nas vendas de ingressos) cada vez. E é assim que iremos aumentar a base de fãs, para que eles aproveitem o espetáculo. Toda noite após o show nós fazemos uma análise entre o que deu certo ou não, e isso tudo fica registrado em nosso sistema. sabemos o que aconteceu em cada show e em cada cidade que o Muse passou. Se algo não deu certo uma vez, provavelmente não irá acontecer novamente nos set futuros.
BBB: O Muse é uma das poucas bandas de rock atualmente que fazem essa transição de palco arena para portes menores. Porque você acha que tão poucas bandas fazem isso?
AA: Acho que a indústria músical tem um monte de artistas e grupos medíocres no momento. As gravadoras estão se ‘alimentando’ de artistas medíocres, esses sucessos passageiros e o ‘The X-Factor‘ foi um dos motivos que começou isso. Pessoas não seguem mais a mesma banda. (Os artistas) se tornaram descartáveis. É isso que temos agora na indústria da música, e ele (Simon Cowell) começou isso. E teremos ainda mais consequências caso a Warner ou Universal compre a EMI, pois assim eles irão diminuir ainda mais o nível deles (artistas). Ainda há um lado bom nisso tudo, não me entenda mal. Mas é díficil consolidar a carreira de uma banda porque uma gravadora quer. Eles querem um sucesso absoluto e que sempre reciclem seus discos.
*Reciclagem, SIMPLE*
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